sábado, 25 de outubro de 2008

O Preço que se Paga

É comum ouvir dizer que a prostituição é o trabalho mais antigo do mundo. Na atualidade ela é responsável muitas vezes pelo sustento de famílias inteiras. Em São Leopoldo essa antiga profissão não para de crescer, é normal ver mulheres e travestis ganhando a vida nas ruas. Este emprego é uma espécie de comércio, e o produto à venda é o próprio corpo. As negociações do sexo ocorrem muitas vezes durante o dia, mas é a noite que as profissionais invadem a cidade.

Na Rua Saldanha da Gama, Centro, está localizada a Praça da Biblioteca. Durante o dia ela é repleta de crianças e pessoas que buscam sossego, mas a noite o cenário é outro. Travestis usam o espaço para prostituir-se e consumir drogas. Após o por do sol a população evita passar por lá, e o local ficou conhecido como “A Praça dos Travestis”.

O Bairro Rio dos Sinos é outro forte ponto de prostituição. Seus principais acessos, a Rua Dr. Hildebrandt e a Avenida Caxias do Sul, são constantemente procurados por homens que buscam prazer. O cenário é lotado por profissionais do sexo que trabalham dia e noite. As esquinas são disputadas pelas mulheres como se valessem de ouro.

Quem procura os serviços não pode reclamar da falta de opções, tem para todos os gostos. O lugar é rodeado por motéis baratos, o que facilita a prostituição. Praticamente todas usam drogas e bebem para aquentar o árduo trabalho, que começa cedo por volta das 11 horas, estendendo se até a madrugada. À noite o bairro torna se violento, o tráfico e o consumo de drogas aumentam, assim como os assaltos.

AV. Caxias do Sul

Bianca é prostituta há 9 anos, e a sete faz ponto na Rua Dr. Hildebrandt. Ela não pensa em mudar de profissão e diz ganhar por semana até R$ 500,00, trabalhando de terça a sábado, das 15 às 23 horas. Em um dia ela chega a fazer cinco programas, a um valor de R$ 25,00 cada.
“Quando eu tinha 15 anos comecei a trabalhar em um super mercado como empacotadora, trabalhava feito uma escrava e recebia uma miséria. Agüentei um ano e sai, daí uma amiga me convidou para ir trabalhar em uma boate, fiquei lá dois anos e depois vim pra cá. Essa vida é difícil, muitas vezes é perigosa, eu mesma já fui roubada, já apanhei, e sem falar no risco que tu corre em pegar uma doença, tenho muitas amigas com AIDS. Mas mesmo assim vale a pena, emprego nenhum paga o que eu ganho aqui. Eu consegui compra um carro, uma casa, e ainda sustento uma filha de 3 anos sozinha”.

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